Estudo do Cremers aponta falta de médicos no interior do Estado

O Conselho Regional de Medicina (Cremers) apresentou, nesta sexta-feira, um estudo sobre a condição da saúde do Rio Grande do Sul. De acordo com o vice-presidente da entidade, Fernando Weber Matos, o trabalho apontou que há médicos em número suficiente para atender a população gaúcha, mas esses profissionais estão nos grandes centros. Matos alegou que não há segurança nos contratos de trabalho, nem condições para os médicos se dirigirem para as cidades menores. O estudo, que está sendo apresentado no 1º Encontro dos Delegados Seccionais de 2013, no Cremers, em Porto Alegre, aponta que os recursos aportados pelo Estado, municípios e União para a saúde são pequenos. No entanto, se eles fossem aplicados de uma maneira adequada poderia ser oferecido um sistema de saúde mais qualificado para a população. Ele alerta que em muitas prefeituras do interior, a contratação de equipes de saúde é feita por empresas que são conveniadas ao Executivo. Matos disse que essas empresas são "aproveitadoras" e, em alguns casos, não têm ligação com a saúde. Esse contrato não traz segurança para o profissional sair dos grandes centros para o interior. Em outros casos, a prefeitura realiza contratos verbais com os médicos e esses acordos acabam não sendo cumpridos. Salienta que os especialistas acabam sofrendo mais. Diferente dos clínicos, precisam de uma estrutura específica de trabalho para realizar exames, cirurgias, procedimentos médicos, entre outros atos. Como esses locais não oferecem esses atos básicos, os profissionais acabam voltando para os grandes centros hospitalares. Para resolver, o Cremers alega que é necessário um aporte maior de recursos por parte do Estado, União e municípios. Isso faria ser possível melhorar o Sistema Único de Saúde (SUS). Também seria necessário revisar a tabela do SUS, que alguns procedimentos estão com os valores congelados há mais de dez anos. Salienta que os governos "têm que parar de se omitir".

Nenhum comentário: